17 de junho de 2016

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Ferozes depravados


Killing Fields, Camboja


Um eleito do Front National, partido de extrema direita francês, comparou a homossexualidade à zoofilia. Não vou entrar no mérito da comparação: o deputado deve lá ter suas motivações íntimas e doutoramento zoofílico. 
Todavia, sob o prisma filosófico-analítico, extraio dessa relação no mínimo inusitada duas constatações que saltam a meus olhos.
Primeiro: quanto mais irreflexivo - leia-se idiota - se é, mais se pretende meter o bedelho na vida alheia.
Segundo: quanto menos em dia se está com o própria sexualidade - leia-se "gozo não/mal tratado" - mais se é levado a denegrir as formas do gozo alheio a fim de tutelá-las com etiquetas moralistas.
Idiotice e gozo não tratado constituem por si só um perigo. Quando combinados, o que frequentemente acontece, tornam-se um terrível veneno. Há que se ter sempre muito cuidado: quem dele se alimenta, quer porque quer fazê-lo provar a todos. Custe o que custar.
O preço, todos nós sabemos qual é: que tal jogar mais um animal depravado do alto do prédio? Que tal entrar numa boate gay e meter bala viadagem? Bora enfiar porrada? 
É uma questão de poder: quem pode e quem não pode. E o que é pior: cada vez mais gente batendo palma. Estes sim, ferozes depravados.

Claudio Pfeil

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