1 de março de 2013

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Doce desentristecer



Quando eu falo rio de janeiro
sinto as sílabas diluindo-se em minha boca
o sabor do pão de açúcar
de quando era menino
meu amor de hoje
todo doçura

Quando sinto meu amor triste
é como se não houvesse quando
nem menino
nem boca para adoçar
nem pão
nem açúcar
nem boca para falar
nem rio
nem janeiro
nem carnaval para brincar
nem hoje
nem nada
nem vida
para quê?

Só se for para lhe dizer:
amor, meu doce amor!
você é meu pão
meu açúcar
minha alegria
meu carnaval 
meu rio
de janeiro
de todos os tempos
maravilhoso destino 

Ri - o - de - ja - ne - i - ro
saboreado assim
feito pão
pão de açúcar
grão, torrão
de meninice:
sem esse doce
menino
não vivo!

E eu
para você
almejo ser
o próprio desentristecer
o adoçar da sua fala
da sua boca
do seu pão
o abraço que aquece
a presença que conforta
o beijo que em você provoca
num jorro de entusiasmo
o di-lu-ir-de-to-da t-r-i-s-t-e-z-a

Um comentário:

  1. Homenagem maravilhosa e eterna cheia de sabores !
    Você é um homem sensível, pensador, filósofo, poeta e sentidor que transmite o entusiasmo. Você merece a vida ! A vida plena!

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